05 fevereiro 2010

IGUAZU

Não é possível descrever por palavras o que são as cataras de Iguazu. Umas vistas tão fantásticas que fazem cortar a respiração. Espero ter ficado com um pouco em fotografia (que mais tarde vos mostrarei) mas a essência, a magia, essa ficará sempre para quem as visitar.

Do lado argentino, que foi onde estive, existe um parque muito bem organizado. Da vila de Puerto de Iguazu para o Parque Nacional apanha-se um pequeno autocarro que passa de 15 em 15 minutos e é muito baratinho (10p-2€) e demora uma 1/2 hora até lá. À chegada ao parque aparece a bilheteira e essa é a doer, sobretudo para os estrangeiros; um turista como eu paga 85p (perto de 20€). A diferença para os outros preços é imensa e vai desde os 10p para os habitantes de Iguazu até 45 para brasileiros, paraguaios e uruguaios... passando pelos argentinos que pagam 20p. Não acho mal: os estangeiros que paguem a factura maior da conservação do parque e é se querem. E querem! Havia-os aos montões ingleses, americanos, canadianos, australianos, franceses e alemães, etc. etc... e claro muitos argentinos e brasileiros.

À entrada dão-nos um pequeno mapa com a indicação dos vários trajectos que se podem fazer. A mim, e penso que a todos, aconselharam a ir primeiro ao que eles chamam a Garganta do Diabo. Apanha-se um pequeno comboio electrico que nos leva ao início desse percurso. O caminho até à garganta é depois feito a pé (uns 1400m) sobre umas pequenas pontes pedonais em cima do rio Iguazu. Entretanto já estava há quase uma hora dentro do parque e nem vislumbre das cataratas. Tudo o que nos rodeia é floresta densa. Ao começar o caminho da ponte começa-se a ouvir um barulho surdo ao fundo. Pelo caminho, em cima dum rio que se diria mansinho, não se consegue imaginar que no fim da ponte está uma enorme cascata. A ponte fica mesmo por cima da garganta com locais para as pessoas sentirem a força da água. E ela é tal que ficamos todos encharcados. Por todo o lado uma névoa de gotas e a água que caí duma maneira impressionante a uns 50 ou 60m de profundidade. A minha pobre máquina ficou tão molhadinha que cheguei a pensar que se ia estragar. Mas não. Ficou a lição e já não me apanhavam noutra.

Esta é amaior cascata do conjunto de Iguazu. Do outro lado do rio é o Brasil e disseram que desse lado se tem uma visão mais panorâmica de todo o conjunto. Do lado argentino as pessoas estão mais perto e por cima.

Saindo da garganta passei ao percurso superior. Volta-se a apanhar o tal combóio e vamos então para um caminho que passa por cima de todas as outras cataratas. E há para todos os estilos: grandes e pequenas, com mais ou menos água, as que caem directo no rio em baixo e as que fazem uma ou duas escadas. Visto de cima é fabuloso.

De seguida o percurso inferior em que se podem ver as mesmas cascatas mas ao nível do rio. Como podem imaginar é difícil escolher a visão mais fantástica. Numa delas a água cai com tal força que, mais uma vez, é local para chuveiro. Mas desta vez tirei as minhas fotos mais longe e depois meti a máquina na mochila e fui ao banho. Com o calor que se fazia sentir é como uma benção receber todas aquelas gotas que em segundos nos encharcam completamente. Fiquei que nem um pinto mas feliz da vida!

O percurso acaba com uma visão mais ao longe da grande catarata (do diabo? que mania de se dar este nome a coisas tão bonitas só porque metem medo) e com o rio então mais calmo e onde se pode dar um "passeio" numas lachas que levam o pessoal até debaixo de algumas cataratas. Não fiz essa "aventura", jã era demasiado cara para a minha bolsa.

Pelo meio vêem-se alguns animais (há uns que parecem uns gambás castanhos com umas caudas longas e listadas de preto que ainda não sei o que são) muitos pássaros incluindo um belíssim tucano (que não consegui fotografar porque estava muito alto na árvore e meio escondido pelos ramos e folhas) e imensas borboletas de todos os feitios e cores.

Conclusão: uma viagem fantásticas a um dos, seguramente, mais bonitos locais da Terra.

A viagem de Buenos Aires correu muito bem. A camionete é muito confortável e quase não se dá pelas 18h de viagem.

Estou a escrever este texto já no regresso e com ainda umas 13h de viagem pela frente. Daqui a pouco devem começar a servir o jantar e depois vai ser uma noite mal dormida, claro (há sempre barulho, abanões, paragens e arranques que não deixam ninguém dormir profundamente), mas confortável.

Até breve!
 
Nota: por falta de internet na estrada pra BA acabei por só publicar o texto já perto da chegada às 8:30 da manhã.

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